domingo, 12 de fevereiro de 2017

Europeus assistem a Copa pela primeira vez na TV



A Europa voltou a sediar uma Copa depois de dezesseis anos. A Segunda Guerra inviabilizou os torneios de 1942 e 1946. O mundial de 50, no Brasil, tinha sido um grande sucesso de renda e de público nos estádios. A Suíça, um país neutro, foi escolhida para receber a competição em 1954. Pela primeira vez, jogos do mundial foram transmitidos ao vivo pela TV. Ainda não existia o satélite, mas a proximidade geográfica tornou possível a transmissão na Europa. A população de 8 países assistiu aos jogos: Suíça, França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica e Dinamarca. 

Os fabricantes aproveitaram a Copa para vender os aparelhos:




Aqui no Brasil, apesar de já existir televisão (foi inaugurada em setembro de 1950), a população acompanhou as partidas da seleção nacional pelo rádio. No entanto, desde os primórdios, o esporte sempre esteve presente na TV. Abaixo, o guia de programação das emissoras publicado pela Folha da Manhã em 16 de junho de 54, dia da abertura da Copa. 


Já as rádios apostaram em uma grande cobertura e enviaram equipes para a Europa. Abaixo a chamada da Rádio Nacional. 



A Panamericana, hoje Jovem Pan, transmitiu os jogos em cadeia com a Record, duas emissoras da família Machado de Carvalho. Pela Pan, narrou Pedro Luiz, e a Record contou com Geraldo José de Almeida.




A Bandeirantes tinha Edson Leite, um dos grandes nomes do rádio esportivo. Nessa chamada, vemos a referência à transmissão de Brasil e Hungria, jogo que entrou para a história como "a batalha de Berna". Veremos detalhes mais adiante.




Essa outra chamada cita Aurélio Campos da Difusora de São Paulo: 



A Copa dos magiares:



O mundial de 1954 tem uma história peculiar. A competição ficou conhecida como a "Copa das goleadas". A média de gols é a mais espetacular de todos os tempos: 5,38. Foram 140 gols em  26 partidas. A lendária seleção da Hungria é uma das responsáveis por esses números. A equipe foi a sensação do futebol no início dos anos 50. A geração de Ferenc Puskas encantou o mundo com um jogo rápido, elegante e aplicado. Hoje é algo inimaginável, mas as equipes não costumavam fazer aquecimento antes das partidas. Os atletas húngaros se exercitavam e já iniciavam os confrontos em um ritmo acelerado. Na Copa, inúmeras vezes os "magiares" marcaram gols logo nos primeiros minutos. A Hungria tinha como base o poderoso Honved, time que foi incorporado pelo exército do país e se transformou em uma potência do futebol. A seleção húngara ficou invicta por 31 jogos (27 vitórias e 4 empates). Perdeu justamente a final da Copa de 54 para a Alemanha. Uma das partidas mais espetaculares do período foi uma vitória sobre a Inglaterra por 6 a 3 em pleno estádio de Wembley, em 1953, considerado o "jogo do século". A Hungria, na época campeã olímpica de 52, era treinada por Gustav Sebes. Dois anos depois da Copa, teve a Revolução Húngara e os grandes jogadores fugiram do país. Puskas, por exemplo, jogou no Real Madrid e vestiu a camisa da seleção espanhola na Copa de 1962. O Honved chegou a fazer uma excursão ao Brasil no ano de 1957.

O dia dia da Copa de 1954


O mundial disputado na Suíça contou com 16 seleções que foram divididas em quatro grupos. No entanto, o regulamento era confuso. Cada grupo tinha dois cabeças de chave que não se enfrentavam. O Brasil, por exemplo, estava no Grupo 1, com França, Iugoslávia e México. A seleção, comandada por Zezé Moreira, não jogou contra a França.  

Grupo 1: Brasil, França, Iugoslávia e México.
Grupo 2: Hungria, Alemanha Ocidental, Turquia e Coréia do Sul.
Grupo 3: Áustria, Escócia, Uruguai e Tchecoslováquia.
Grupo 4: Itália, Inglaterra, Suécia e Bélgica.

A seleção brasileira disputou jogos eliminatórios pela primeira vez para chegar ao mundial. Passou por Chile e Paraguai e garantiu a vaga. O time era comandado por Zezé Moreira, o inventor da marcação por zona no futebol. O ex-jogador atuou e comandou os principais clubes cariocas. Era irmão de Aimoré Moreira, campeão com a seleção brasileira em 1962, no Chile. A equipe que jogou em 1954 contava com grandes nomes: Didi, Julinho Botelho, Bauer, Nílton Santos e Djalma Santos. No entanto, o grupo era inexperiente. A maioria nunca tinha viajado à Europa. A comissão técnica também pecou pela falta de experiência. Os dirigentes não conheciam nem mesmo o regulamento da Copa. Eram tempos em que os cartolas não se misturavam aos jogadores. Apenas em 58 esse comportamento iria mudar com Paulo Machado de Carvalho, o "Marechal da Vitória", comandante das delegações nos títulos na Suécia e no Chile.

Em 1954, pela primeira vez, a seleção viajou de avião para disputar uma Copa na Europa. Com o objetivo de espantar o trauma de 1950, a CBD promoveu um concurso, em 1953, para escolher o novo uniforme da seleção. O gaúcho Aldyr Garcia Schlee foi o vencedor com o desenho da camisa amarela.

A Copa foi muito bem organizada. A Suíça tinha estádios modernos e contava, claro, com a facilidade de deslocamento das seleções, graças às curtas distâncias. As cidades sede foram Lausanne, Genebra, Basel, Zurique, Berna e Lugano. 


A Copa começou no dia 16 de junho com quatro partidas. A Iugoslávia venceu a França por 1 a 0. O Uruguai, campeão mundial, derrotou a Tchecoslováquia por 2 a 0. A Áustria passou pela Escócia por 1 a 0. A seleção brasileira estreou com uma goleada sobre o México, 5 a 0, em Genebra, no acanhado estádio do Servette. 



Os jornais traziam fotos dos principais jogadores brasileiros:




O time de Zezé Moreira jogou com Castilho, Pinheiro e Nilton Santos; Djalma Santos, Brandãozinho e Bauer; Didi, Julinho, Baltazar, Pinga e Rodrigues. 



Abaixo, a foto de um treino da seleção.


O México, mesmo adversário da estreia em 50, não ofereceu resistência à seleção que logo no primeiro tempo fez quatro gols: Baltazar (23), Didi (30) e Pinga (aos 34 e 43 minutos). Na etapa final, Julinho Botelho, na época ídolo na Portuguesa, fechou o placar, aos 24 minutos.  



Mais fotos dos craques brasileiros:



A imprensa elogiou a atuação da seleção de Zezé Moreira:






Capa de O Globo do dia seguinte à vitória da seleção brasileira:




Abaixo, o destaque da vitória dos uruguaios no mesmo dia do jogo do Brasil. 


Como dissemos acima, a Copa de 54 ficou conhecida como o mundial das goleadas. Os resultados dos jogos do dia 17 de junho foram os seguintes. A Hungria arrasou a Coreia do Sul: 9 a 0! A Alemanha derrotou a Turquia por 4 a 1. Inglaterra e Bélgica fizeram um jogo sensacional: 4 a 4. A Itália perdeu para a Suíça, dona da casa, por 2 a 1: 



Abaixo, a reportagem sobre a vitória da Suíça mostra que a Itália teve um gol anulado. O árbitro era o brasileiro Mario Viana que, depois de encerrar a carreira, se tornou comentarista de arbitragem. Ficou conhecido pelo bordão "gooool legal".



A Alemanha, do capitão Fritz Walter, era treinada por Sepp Herberger e estreou com uma goleada diante dos turcos.




Aqui, reportagem sobre o duelo Inglaterra e Bélgica que foi para a prorrogação: 




Já na goleada da Hungria sobre a Coreia, o destaque foi Kocsis que terminou a Copa como artilheiro com 11 gols. Diante dos coreanos ele marcou 3 vezes; Puskas marcou 2, Palotas 2, Lantos e Czibor fecharam o placar.



Os jornais ainda traziam fotos da vitória da seleção contra o México:


A Copa prosseguiu no dia 19 de junho: 




A seleção voltou a campo em Lausanne para enfrentar a Iugoslávia, mesmo adversário vencido pelo Brasil, por 2 a 0, em 1950. A Rádio Bandeirantes anunciava a transmissão do jogo:



Os jornais ressaltavam o favoritismo da seleção nacional:


A seleção ainda nem tinha enfrentado a Iugoslávia, mas os jornais já falavam sobre um possível encontro com a Hungria nas quartas de final:


O técnico Zezé Moreira repetiu a formação do time: Castilho, Pinheiro e Nilton Santos; Djalma Santos, Brandãozinho e Bauer; Didi, Julinho, Baltazar, Pinga e Rodrigues. 



Os 40 mil torcedores que estiveram no estádio La Pontaise, em Lausanne, viram o Brasil empatar com a Iugoslávia por 1 a 1. Zebec abriu o placar aos 3 minutos. Didi empatou aos 24 do primeiro tempo. O formato de disputa era confuso, como já dissemos. A partida, mesmo valendo pela fase de grupos, foi para a prorrogação e os brasileiros, sem orientação nenhuma, achavam que só a vitória bastaria para a classificação. Conta Nilton Santos em O jogo bruto das Copas do Mundo, de Teixeira Heizer:

"Os jogadores da Iugoslávia faziam sinais com as mãos, mostrando que o placar de 1 a 1 classificaria os dois times. Saímos de campo chorando. Mais tarde, no vestiário, ficamos alucinados quando soubemos que estávamos classificados".

A seleção só empatou com a Iugoslávia, mas estava garantida na próxima fase da Copa:



Capa de O Globo:



Nos demais jogos do dia 19, a França venceu o México por 3 a 2. O Uruguai goleou a Escócia por 7 a 0 e a Áustria passou pela Turquia: 5 a 0.




No dia 20, a Hungria conseguiu uma vitória histórica sobre a Alemanha por 8 a 3. Só Kocsis marcou 4 gols. Puskas, autor de um gol, sofreu uma contusão e virou dúvida para o duelo contra o Brasil:


Nas outras partidas do dia 20, a Turquia goleou a Coreia por 7 a 0, a Inglaterra passou pela Suíça, 2 a 0, e a Itália venceu a Bélgica por 4 a 1.


A Copa do Mundo teve dois jogos desempate no dia 23 de junho. A Suíça venceu a Itália por 4 a 1 e a Alemanha goleou a Turquia por 7 a 2.



Os donos da casa estavam classificados:





Destaque para a classificação da Alemanha. Mais uma chuva de gols na Copa.






Os duelos das quartas de final foram: Áustria x Suíça, Uruguai x Inglaterra, Brasil x Hungria, Alemanha x Iugoslávia.





O técnico Zezé Moreira falava em reabilitação no duelo contra a Hungria, depois do empate no último jogo:




Puskas não jogaria contra o Brasil, em Berna:




O duelo do dia 27 de junho, um domingo, em Berna na Suíça, ficou para sempre marcado na história. O técnico Zezé Moreira tirou do time Pinga e Rodrigues. Entraram no lugar: Humberto e Maurinho.




Abaixo, em destaque a preparação do time brasileiro:




Abaixo a capa da Folha da Manhã, lembrando que se Brasil e Hungria empatassem, um novo jogo seria disputado. Ainda não existia decisão por pênaltis no regulamento:







Durante a Copa, a Fifa oficializou a Suécia como sede da Copa de 1958:



Os húngaros começavam a mexer com o brio dos brasileiros, dizendo que, independente de Puskas no time, passariam pelo Brasil.



O jornalista Odilon Brás assinou um artigo na Folha da Manhã com crítica aos húngaros:




Ainda a polêmica envolvendo Puskas: joga ou não joga?




A expectativa cercava o início das quartas de final. Áustria x Suíça, Uruguai x Inglaterra eram os jogos do sábado, em 26 de junho. Brasil x Hungria e Iugoslávia x Alemanha se enfrentariam no domingo, dia 27.




Essa reportagem destacava o treino da seleção brasileira na véspera do jogo:




Na abertura das quartas de final, a Áustria venceu a Suíça por 7 a 5. O jogo até hoje detém o recorde de gols em uma partida de Copa do Mundo:



Já o Uruguai conseguiu vaga nas semifinais ao derrotar a Inglaterra por 4 a 2:




A seleção brasileira estava escalada para o duelo no estádio de Wankdorf, em Berna, em 27 de junho de 1954.




Além de Brasil e Hungria, os alemães enfrentaram a Iugoslávia e venceram por 2 a 0, em Genebra.




Zezé Moreira, como vimos, resolveu escalar Humberto no lugar de Pinga:




O jornalista Odilon Brás temia os húngaros.




Os jogadores da Hungria faziam provocações:



Destaque para a foto de Bauer:





A BATALHA DE BERNA


HUNGRIA 4x2 BRASIL 
Hungria: Grosics, Buzanszki, Lorant, Lantos, Bozsik, Zakarias, Jozsef Toth, Kocsis, Hidegkuti, Czibor
Mihaly Toth.
Brasil: Castilho, Djalma Santos, Pinheiro e Nílton Santos; Bauer, Brandãozinho e Didi; Julinho, Humberto Tozzi, Índio e Maurinho. 
Local: Stadium du Wankdorf 
Cidade: Berna (Suíça) 
Árbitro: A. Ellis (Inglaterra) 
Gols no 1º tempo - Hidegkuti (4min), Kocsis (7min) e Djalma Santos (18min)
Gols no 2º tempo - Lantos (15min), Julinho (20min), Kocsis (43min).
ExpulsõesBozsik, Nilton Santos e Humberto.


Em 2015, depois de anos de pesquisa, eu consegui o áudio da transmissão do jogo pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro. O material está praticamente na íntegra (ouça aqui).

O duelo entre Brasil e Hungria pela Copa de 1954 foi nervoso e tenso. O gramado do estádio, em Berna, estava pesado por causa da chuva. A Hungria saiu na frente com dois gols. Ainda no primeiro tempo, Djalma Santos diminuiu em uma cobrança de pênalti. Na etapa final, o jogo foi marcado pela violência. Em meio às provocações de lado a lado, Lantos fez o terceiro também na cobrança de pênalti. A marcação do árbitro Ellis foi munto contestada. Bozsik, Nílton Santos e Humberto acabaram expulsos pelo árbitro. Julinho Botelho ainda fez o segundo do Brasil, mas Kocsis fechou o placar: 4 a 2. Depois da partida, o clima continuou tenso. Jornalistas, dirigentes se envolvem em uma briga na entrada dos vestiários. O radialista Paulo Planet Buarque passou uma rasteira em um policial. O técnico Zezé Moreira contou ao jornalista Teixeira Heizer: 

"O tumulto começou porque Puskas, que estava de roupa normal (ele não jogou a partida), aproximou-se de Pinheiro e estendeu a mão para cumprimentá-lo. Ao darem as mãos, o jogador húngaro aproveitou-se da ingenuidade do zagueiro e lhe deu um tapa. Ora, Pinheiro reagiu. Os dois estavam no hall que dava entrada às portas dos dois vestiários. Começaram a surgir jogadores dos dois times e a confusão se generalizou".

O próprio treinador brasileiro foi provocado pelo técnico da Hungria e o agrediu. Zezé Moreira estava segurando as chuteiras que Didi tinha trocado durante a partida por causa do gramado molhado. O brasileiro não teve dúvidas: deu uma "chuteirada" na cabeça do húngaro que ficou com as marcas dos cravos da chuteira. A imagem foi registrada pelo jornalista Armando Nogueira. 

Apesar da eliminação do Brasil, a imprensa insistia que a seleção era superior:



Essa nota diz que a expulsão de Nílton Santos foi injusta. É sempre bom lembrar que as expulsões de campo eram verbais. Os cartões amarelo e vermelho só foram instituídos em 1970. 





A reportagem de O Globo cita o pênalti marcado contra o Brasil. O juiz Ellis virou persona non grata no país:




O Brasil fez um protesto na Fifa:




Depois, a reflexão:




A fase semifinal da Copa foi disputada no dia 30 de junho com os duelos entre Hungria x Uruguai e Alemanha x Áustria:




Esse anúncio da Rádio Bandeirantes destacava a transmissão de Uruguai e Hungria:




Em Lausanne, a Hungria, ainda sem Puskas, teve dificuldades para vencer o Uruguai. O tempo normal terminou empatado: 2 a 2. Na prorrogação, dois gols de Kocsis garantiram os magiares na decisão da Copa: 4 a 2.



O Uruguai, atual campeão do mundo, não resistiu aos húngaros. Máspoli, goleiro que jogou contra o Brasil em 1950, falhou em dois gols:



Em Basel, a Alemanha conseguiu a vaga na final ao golear a Áustria por 6 a 1. O capitão da Alemanha era Fritz Walter que marcou dois gols no jogo. O irmão mais novo dele, Ottmar Walter, fez o último da partida.



A Alemanha, expulsa da Fifa depois da Guerra, estava de volta ao cenário do futebol e, de forma surpreendente, era finalista da Copa.


A decisão do terceiro lugar foi disputada em Zurique no dia 3 de julho. A Áustria derrotou o Uruguai por 3 a 1.  Essa reportagem destaca que o favoritismo da celeste não se confirmou:




Já a seleção brasileira voltava para casa com a missão de fazer uma preparação séria para a Copa de 58, na Suécia.





Berna foi o palco da final do dia 4 de julho entre a favorita Hungria e a Alemanha. Puskas finalmente voltava ao time. Essa nota dizia que os alemães tentavam a maior "proeza do certame". 



E veio a proeza! A Alemanha passou por cima de qualquer projeção e conquistou a Copa pela primeira vez. A Hungria, como de hábito, teve um começo arrasador: fez logo 2 a 0 com Puskas, aos 6, e Czibor, aos 8. Dois minutos depois, Morlok diminuiu e aos 18 minutos Rahn emparou o jogo. O segundo tempo foi muito parelho, mas a Hungria não conseguiu repetir o futebol dos outros jogos. Aos 39 minutos, Rahn marcou o gol da vitória para surpresa de todos. O grande goleiro Grosics não conseguiu evitar o gol decisivo, resultado de um chute rasteiro do adversário.




O capitão Fritz Walter recebeu a taça das mãos de Jules Rimet que estava deixando a presidência da Fifa. O cartola, que tanto fez pelo futebol, morreu em outubro de 1956.

Aqui a capa de O Globo:




A reportagem de O Globo chamava os húngaros de "fantasmas":




Já a Hungria entrava para a listas das melhores seleções dos mundiais que não ficaram com o título. Foi assim com o Brasil em 1950, com a Holanda de 1974 e o Brasil de 1982.


Depois da decisão, jogadores alemães foram parar no hospital. Levantou-se a suspeita de que eles jogaram a partida na base de estimulantes. Claro que nada ficou comprovado. A Alemanha mostrou que poderia conquistar o mundo sem guerra. Simplesmente jogando futebol.


TABELA DA COPA



GRUPO 1

16/06/1954 Genebra: Brasil 5 x 0 México
16/06/1954 Lausanne: Iugoslávia 1 x 0 França
19/06/1954 Genebra: França 3 x 2 México
19/06/1954 Lausanne: Brasil 1 x 1 Iugoslávia

GRUPO 2

17/06/1954 Berna: Alemanha Oc. 4 x 1 Turquia
17/06/1954 Zurique: Hungria 9 x 0 Coreia do Sul
20/06/1954 Basiléia: Hungria 8 x 3 Alemanha Oc.
20/06/1954 Genebra: Turquia 7 x 0 Coreia do Sul
23/06/1954 Zurique: Alemanha Oc. 7 x 2 Turquia

GRUPO 3

16/06/1954 Berna: Uruguai 2 x 0 Tchecoslováquia
16/06/1954 Zurique: Áustria 1 x 0 Escócia
19/06/1954 Basiléia: Uruguai 7 x 0 Escócia
19/06/1954 Zurique: Áustria 5 x 0 Tchecoslováquia

GRUPO 4

17/06/1954 Basiléia: Inglaterra 4 x 4 Bélgica
17/06/1954 Lausanne: Suíça 2 x 1 Itália
20/06/1954 Lugano: Itália 4 x 1 Bélgica
20/06/1954 Berna: Inglaterra 2 x 0 Suíça
23/06/1954 Basiléia: Suíça 4 x 1 Itália

QUARTAS

26/06/1954 Lausanne: Áustria 7 x 5 Suíça
26/06/1954 Basiléia: Uruguai 4 x 2 Inglaterra
27/06/1954 Berna: Brasil 2 x 4 Hungria
27/06/1954 Genebra: Alemanha Oc. 2 x 0 Iugoslávia


SEMIFINAIS

30/06/1954 Basiléia: Alemanha Oc. 6 x 1 Áustria
30/06/1954 Lausanne: Hungria 4 x 2 Uruguai

3º LUGAR

03/07/1954 Zurique: Áustria 3 x 1 Uruguai

FINAL

04/07/1954 Berna: Alemanha Oc. 3 x 2 Hungria



Fontes consultadas: 




- Acervo dos jornais Folha da ManhãO Estado de S.Paulo e O Globo (1954);

- Livros: O Jogo Bruto das Copas do Mundo (Teixeira Heizer) e Todas as Copas do Mundo (Orlando Duarte).



O AUTOR




Thiago Uberreich é formado em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1999). Começou a carreira, em 1996, na Rádio Eldorado de São Paulo (atual Estadão).  Passou pelas funções de redação, edição, reportagem e apresentação.

Em 2005, recebeu convite para integrar a equipe de reportagem da Jovem Pan. Participou de inúmeras coberturas e atuou como setorista no Palácio dos Bandeirantes. Desde março de 2016, apresenta o Jornal da Manhã (6hs às 10hs).

Apaixonado por futebol e história das Copas do Mundo, gosta de elaborar séries especiais.


Em 2010, venceu o prêmio Embratel, categoria Reportagem Esportiva, com a série Histórias das Copas, veiculada nos meses que antecederam o mundial na África do Sul.  Em 2011, levou ao ar a série "Vozes do Tri", sobre a conquista da Copa de 70. Em 2012, fez a série "50 anos do bi". Em 2015, produziu "A Copa que nunca acabou", sobre o mundial de 1950. Em 2016, conseguiu reunir os áudios na íntegra dos seis jogos da seleção brasileira em 50. Possui um dos maiores acervos pessoais de vídeos de futebol do país. São 4 mil horas de gravação (2 mil DVDs).

Críticas, sugestões ou correções: tuberreich@gmail.com